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sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

Brasil247: 'Fim das sanções contra Moraes é vitória de Lula, da democracia e da soberania nacional', diz Lindbergh

 

Líder do PT diz que recuo do governo dos EUA evidencia a solidez das instituições e a independência do STF frente a tentativas de chantagem internacional

Lindbergh Farias (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
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247 - A retirada do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e de sua esposa, Viviane Barci de Moraes, da lista de sanções da Lei Magnitsky provocou forte repercussão no Congresso Nacional. Para o líder do governo na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (PT-RJ), a decisão representa uma vitória da soberania brasileira, da democracia e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de uma derrota das iniciativas que buscaram pressionar o Judiciário a partir do exterior.

Em postagens nas redes sociais, o parlamentar avaliou que o recuo do governo dos Estados Unidos evidencia a solidez das instituições brasileiras e a independência do STF frente a tentativas de chantagem internacional. Segundo ele, a decisão deixa claro quem atuou em defesa do país e quem trabalhou contra os interesses nacionais.

Decisão dos EUA distensiona crise diplomática

A decisão do governo estadunidense encerra uma sanção que estava em vigor desde 30 de julho e que havia aprofundado a maior crise diplomática entre Brasil e Estados Unidos em mais de dois séculos. A medida foi adotada durante o governo Donald Trump sob supostas acusações de violações de direitos humanos relacionadas à atuação de Moraes como relator do processo da trama golpista que resultou na condenação de Jair Bolsonaro (PL) a mais de 27 anos de prisão.

Além disso, a sanção estava vinculada a decisões judiciais que determinaram a retirada de conteúdos de plataformas digitais sediadas nos Estados Unidos, o que ampliou o desgaste entre os dois países.

Lindbergh aponta derrota da pressão externa

Na avaliação de Lindbergh Farias, a reversão da sanção representa um revés histórico para setores que buscaram articular punições internacionais contra integrantes do Judiciário brasileiro. O deputado afirmou que houve tentativas de negociação envolvendo sanções, revogação de vistos, tarifas comerciais e até o que classificou como “pena de morte financeira” contra o ministro do STF.

Para o líder do governo, o episódio reforça a mensagem de que o Brasil não aceita tutela externa nem submissão a interesses alheios à Constituição, destacando a força de um Judiciário independente e imune a pressões estrangeiras.

Atuação direta de Lula pesou na reversão

Nos bastidores diplomáticos, a retirada de Moraes da lista da Magnitsky foi precedida por uma reavaliação interna em Washington, impulsionada pela melhora no relacionamento entre Lula e Donald Trump. Em diferentes conversas telefônicas e encontros presenciais, o presidente brasileiro afirmou que a normalização das relações bilaterais dependia do fim das sanções e da retirada das tarifas políticas de 40% impostas ao Brasil.

Após uma dessas conversas, no início de dezembro, Lula afirmou que “pode esperar. Muita coisa vai acontecer, pode esperar. Eu estou convencido”. Pouco depois, Trump mencionou publicamente “as sanções que coloquei neles por coisas que aconteceram” e disse que “muitas coisas boas” estavam por vir.

PL da Dosimetria entra no debate

Autoridades estadunidense também associaram o gesto à tramitação do projeto de lei da dosimetria no Congresso brasileiro. Integrantes da administração Trump interpretaram a aprovação da proposta na Câmara como um sinal político relevante, ainda que o texto não perdoe crimes. Lindbergh Farias, no entanto, afirmou que o governo seguirá mobilizado contra a proposta, que, segundo ele, beneficia criminosos e enfraquece o sistema de Justiça.

Recuo enfraquece aliados de Bolsonaro

O fim da sanção também representa um revés para a estratégia de pressão internacional defendida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e por aliados bolsonaristas no exterior. Em outubro, Eduardo Bolsonaro havia declarado que não via possibilidade de reversão da medida

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/fim-das-sancoes-contra-moraes-e-vitoria-de-lula-da-democracia-e-da-soberania-nacional-diz-lindbergh

Brasil247: Ex-assessora de Lira comandava o orçamento secreto, aponta Dino

 

Mariângela Fialek foi alvo de operação da PF nesta sexta-feira

Mariângela Fialek (Foto: Pablo Valadares/Câmara)
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247 - A ex-assessora parlamentar Mariângela Fialek, que atuou junto ao deputado federal e ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL), é apontada como responsável pelo controle de indicações desviadas de emendas parlamentares vinculadas ao chamado 'orçamento secreto'. A informação consta na decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, que autorizou a deflagração da Operação Transparência pela Polícia Federal nesta sexta-feira (12).

A investigação apura irregularidades na destinação de verbas públicas provenientes de emendas parlamentares. A decisão judicial descreve que Mariângela exercia papel central na operacionalização dessas indicações, supostamente em benefício de uma organização criminosa voltada a desvios funcionais e crimes contra a administração pública e o sistema financeiro nacional.

No despacho, o ministro Flávio Dino afirma: "Mariângela Fialek, que desponta exercer o controle de indicações desviadas de emendas decorrentes do orçamento secreto em benefício de uma provável organização criminosa voltada à prática de desvios funcionais e crimes contra a administração pública e o sistema financeiro nacional". O deputado Arthur Lira não é alvo das investigações.

Mariângela Fialek atua em um setor da Câmara dos Deputados responsável pela organização das indicações de emendas parlamentares e, atualmente, está lotada na liderança do PP na Casa. Durante a operação, agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca em salas utilizadas pela servidora na Câmara e também em sua residência. Um telefone celular foi apreendido.

Um dos locais vistoriados foi uma sala que, de acordo com registros oficiais, é destinada à Presidência da Câmara. O espaço passou a ser utilizado por Mariângela a partir de 2022, período em que Arthur Lira comandava a Casa. Há relatos de que era nesse local que ela despachava assuntos relacionados às emendas parlamentares.

Ao longo das apurações, a Polícia Federal colheu depoimentos de diversos parlamentares, entre eles os deputados Glauber Braga (PSOL-RJ), José Rocha (União Brasil-BA), Adriana Ventura (Novo-SP), Fernando Marangoni (União Brasil-SP) e Dr. Francisco (PT-PI). Também foram ouvidos o senador Cleitinho Azevedo (Republicanos-MG) e uma servidora da Câmara.

De acordo com a decisão do ministro do STF, "tais oitivas direcionaram as apurações à Representada, indicada como a principal responsável pela operacionalização do chamado 'orçamento secreto' no âmbito daquela Casa Legislativa". O documento acrescenta que os depoimentos apontam que Mariângela atuava "diretamente na operacionalização do encaminhamento de emendas" e que realizava indicações em nome de Arthur Lira.

O despacho judicial destaca ainda que, "constatou-se, ainda, que, mesmo após a alteração na Presidência da Casa, ela permaneceu no exercício da função", o que reforçou a suspeita sobre a continuidade de sua atuação no esquema investigado.

Em nota, a assessoria de Arthur Lira informou que ela não é sua assessora. Já a liderança do PP na Câmara declarou que está averiguando os fatos e que deve se manifestar ainda nesta sexta-feira.

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Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/ex-assessora-de-lira-comandava-orcamento-secreto-aponta-dino

TRUMP DECLARA GUERRA AO BRICS E CHINA ACIONA LULA!! FIM DO DÓLAR INEVITÁ...

quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Brasil247: PT anuncia ida ao STF contra decisão da Câmara que manteve o mandato de Zambelli

 

Lindbergh Farias afirma que Mesa da Câmara descumpriu determinação judicial e que decisão sobre Zambelli não deveria ter sido submetida a votação

O deputado federal Lindbergh Farias - 09/07/2025 (Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

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247 – O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou na madrugada desta quinta-feira (11) que ingressará com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) para contestar a decisão do plenário que rejeitou a cassação do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP). As informações foram publicadas pela CNN Brasil.

O plenário contabilizou 227 votos favoráveis à cassação e 170 contrários, número insuficiente para a perda do mandato — eram necessários ao menos 257 parlamentares. Para Lindbergh, entretanto, o caso não deveria sequer ter sido levado à votação. Segundo ele, a decisão do STF na condenação da parlamentar já determinava a obrigação da Mesa da Câmara de afastá-la imediatamente.

Decisão “muito clara” do Supremo, afirma Lindbergh

Ao comentar o episódio, Lindbergh destacou que a Câmara descumpriu um comando judicial. “A decisão do Supremo é muito clara. Na decisão do ministro Alexandre de Moraes na condenação da deputada Carla Zambelli, ele cita o artigo 55 da Constituição, que a Mesa da Câmara tem que fazer o afastamento [da Zambelli]. Estamos falando isso há seis meses. Não era para ter ido à CCJ [nem a plenário]. O presidente Hugo Motta acabou criando um problema para si próprio”, afirmou.

O líder petista acrescentou que está acionando o STF para obrigar a Casa a cumprir a determinação judicial. “Então estou entrando com mandado de segurança para que o Supremo decida que o presidente da Câmara tem que obedecer a decisão judicial”, disse.

Ele reforçou que a ação será protocolada ainda nesta quinta-feira:
“Nós do PT estamos entrando [quinta] com esse mandado de segurança. Para nós é inconcebível que exista bancada de foragidos.”

Condenação e prisão de Zambelli

Carla Zambelli foi condenada a dez anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Desde julho, ela está presa na Itália, para onde viajou após a condenação no Brasil.

Reação do PL

O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), respondeu às críticas e afirmou à CNN Brasil estar habituado a contestações judiciais feitas por adversários políticos.
Segundo ele, está “acostumado” com judicializações “por parte da esquerda” quando esta “perde no voto”.

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Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/pt-anuncia-ida-ao-stf-contra-decisao-da-camara-que-manteve-o-mandato-de-zambelli

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Brasil247: Ex-presidente Luis Arce é sequestrado e preso na Bolívia

 

De forma extraoficial, María Nela Prada afirmou que ele foi levado para um centro policial em La Paz

Luis Arce (Foto: Reuters)
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247 - O ex-presidente da Bolívia Luis Arce foi detido nesta quarta-feira (10) na capital La Paz, segundo denunciou a ex-ministra da Presidência, María Nela Prada. O mandado oficial foi assinado pelo promotor Miguel Ramirez.

Em um breve vídeo publicado nas redes sociais, Nela informou que Arce foi “sequestrado de maneira totalmente ilegal” na região de Sopocachi, um bairro localizado a oeste de La Paz.

De forma extraoficial, ela afirmou que ele foi levado para a sede da Força Especial de Luta Contra o Crime (Felcc), em La Paz. Depois, confirmaram ao Grupo Fides que ele está realmente no local para prestar declarações.

Fontes citadas pelo meio Visión 360 indicam que Arce foi detido como parte de uma investigação sobre supostas irregularidades o Fundo de Desenvolvimento para os Povos Indígenas Originários e Comunidades Camponesas (Fondioc).

A Controladoria-Geral do Estado detectou ausência de documentação e projetos fantasmas no Fondioc — uma trama pela qual também foi detida a ex-deputada Lidia Patty.

O caso remete ao período em que Arce era ministro da Economia e Finanças. Ele é acusado de ter permitido o desembolso de recursos do Fondioc para contas pessoais, segundo a imprensa local.

Fonte:  https://www.brasil247.com/americalatina/ex-presidente-luis-arce-e-sequestrado-e-preso-na-bolivia-diz-ex-ministra

Brasil247: Gleisi condena agressões na Câmara e lamenta “grave retrocesso” com PL da Dosimetria

 

Ministra diz que o projeto ‘fragiliza a defesa da democracia’ e afirma que o país está ‘mais uma vez ameaçado pelo golpismo’

Brasília (DF) 13/08/2025 - A ministra da Secretaria das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (Foto: José Cruz/Agência Brasil)
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247 - A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), condenou nesta quarta-feira (10) as agressões ocorridas na Câmara dos Deputados na última terça-feira (9). Para a titular da pasta, os ataques contra parlamentares, jornalistas e servidores revelam o avanço de uma escalada golpista no país em meio à tramitação de um texto que, segundo ela, enfraquece a proteção institucional contra crimes antidemocráticos.

As críticas foram feitas após a aprovação da proposta que reduz penas de condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. Gleisi classificou a combinação entre violência política e retrocessos legislativos como uma ameaça direta às instituições brasileiras. 

“As agressões sem precedentes contra parlamentares, jornalistas e servidores na Câmara marcaram, na noite de ontem, a aprovação pela maioria de um grave retrocesso. O chamado projeto da dosimetria fragiliza a legislação de defesa da democracia e desafia as decisões do STF no julgamento dos golpistas, que ainda nem foi concluído.”, criticou.

”Este é o resultado de interesses políticos entre a família Bolsonaro e os caciques da oposição ao governo. E quem vai pagar o preço dessa grande chantagem é o país, nossas instituições e nossa democracia, mais uma vez ameaçada pelo golpismo”, completou a ministra.

PL reduz punições para crimes contra o Estado Democrático

O plenário aprovou por 291 votos a 148 o substitutivo apresentado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) ao PL 2162/23, de autoria de Marcelo Crivella (Republicanos-RJ) e outros parlamentares. O texto altera o cálculo das penas para tentativa de golpe de Estado e tentativa de abolir o Estado Democrático de Direito, determinando que, quando praticados no mesmo contexto, seja aplicada apenas a pena mais grave — e não a soma das sanções, como atualmente prevê a legislação.

A mudança reduz o tempo total de reclusão e beneficia diretamente os condenados pelos atos golpistas, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e antigos integrantes da cúpula militar. As penas desses envolvidos variam entre 16 e 24 anos de prisão, segundo julgamento definitivo da Primeira Turma do STF.

O projeto também fixa que líderes de organizações criminosas envolvidas em crimes hediondos só poderão pleitear progressão de regime após cumprirem ao menos 50% da pena, regra que incide sobre a sentença de 27 anos e 3 meses aplicada pelo Supremo a Bolsonaro.

Sessão marcada por truculência aumenta o clima de tensão

A aprovação da proposta ocorreu em meio a um ambiente de forte animosidade. O deputado Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força da cadeira da presidência da Câmara por ordem do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele registrou boletim de ocorrência e passou por exame de corpo de delito.

As deputadas Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e Célia Xakriabá (PSOL-MG) também relataram agressões. Xakriabá disse ter se machucado durante a ação, afirmando que torceu o pé, perdeu os sapatos e precisou de uma cadeira de rodas. A ausência de policiais mulheres foi alvo de críticas, e o grupo informou que acionará o Ministério das Mulheres

Fonte:  https://www.brasil247.com/brasil/gleisi-condena-agressoes-na-camara-e-lamenta-grave-retrocesso-com-pl-da-dosimetria

Brasil247: Juiz suspende benefícios a Bolsonaro após ação movida por Pedro Rousseff, sobrinho de Dilma

 

Magistrado afirma que manutenção das mordomias é ilegal durante o cumprimento de pena em regime fechado

Dilma Rousseff e Pedro Rousseff (Foto: Reprodução/Instagram)

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247 – A Justiça Federal em Minas Gerais determinou a suspensão imediata das mordomias concedidas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, após pedido apresentado por Pedro Rousseff, vereador do PT em Belo Horizonte, em ação popular. A decisão foi proferida pelo juiz federal substituto Pedro Pereira Pimenta, da 8ª Vara Federal Cível de Belo Horizonte, e consta do processo analisado pelo magistrado

No pedido inicial, Pedro Rousseff argumentou que Bolsonaro — condenado pelo Supremo Tribunal Federal a 27 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado — não poderia continuar recebendo os benefícios da Lei 7.474/1986 enquanto cumpre pena em regime fechado. Segundo o autor, somente no primeiro semestre de 2025, a manutenção da estrutura custou mais de R$ 521 mil aos cofres públicos.

Decisão afirma incompatibilidade entre regime fechado e mordomias

Ao analisar o caso, o juiz destacou que as prerrogativas concedidas pela Lei 7.474/1986 – como quatro seguranças, dois motoristas, dois veículos oficiais e assessores de nível DAS-5 – foram concebidas para ex-presidentes em vida civil, com circulação pública e agenda institucional ativa. No entanto, Bolsonaro encontra-se recolhido em cela na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, sob custódia integral do Estado, que é responsável por sua segurança e deslocamento.

Segundo o magistrado, manter essa estrutura durante o encarceramento é incompatível com a finalidade original da lei, configurando “ato administrativo ilegal, por inexistência de motivos e desvio de finalidade”, em prejuízo da moralidade administrativa.

Juiz cita risco ao erário e afronta ao princípio republicano

Na decisão, o juiz observou que os gastos são contínuos e elevados, o que justifica a urgência da medida. Ele também apontou o dano simbólico causado pela manutenção dos privilégios:

“A mensagem de que alguém condenado pelo STF [...] possa continuar a ser beneficiário de aparato estatal próprio de ex-Chefe de Estado em vida civil fragiliza a confiança no princípio republicano e na coerência da ordem constitucional”, escreveu o magistrado.

Além disso, o juiz afirmou que, no âmbito da execução penal, toda a segurança do preso cabe ao Estado e não pode coexistir com uma “dupla cadeia de comando”, caso houvesse simultaneamente escolta penitenciária e equipe do Gabinete de Segurança Institucional.

Suspensão deve ocorrer em até 48 horas

No dispositivo, o magistrado determinou:

  • suspensão, em até 48 horas, de toda a estrutura prevista na Lei 7.474/1986 colocada à disposição de Bolsonaro enquanto durar o regime fechado;
  • apresentação, pela União, de relatório detalhado com custos e servidores atualmente alocados;
  • esclarecimento de que a decisão não interfere nas obrigações legais de garantir a integridade física e moral do preso.

O juiz também ressaltou que a medida é reversível: caso a ação seja julgada improcedente, os benefícios poderão ser restabelecidos.

Processo reforça debate sobre privilégios e responsabilidade pública

Ao longo de mais de 15 páginas, a decisão cita precedentes do STF e do STJ para demonstrar que benefícios personalíssimos sem finalidade pública clara violam o princípio republicano. O magistrado também explicou que não se trata de “cancelamento” do direito previsto em lei, mas de delimitação de sua incidência diante da incompatibilidade fática causada pelo cumprimento da pena em regime fechado.

Com isso, a Justiça reconhece que, enquanto Bolsonaro permanecer preso, não há justificativa legal nem administrativa para que continue recebendo as mordomias pagas pela União – um gasto que, segundo a ação, já ultrapassa milhões desde 2023.

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Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/juiz-suspende-beneficios-a-bolsonaro-apos-acao-movida-por-pedro-rousseff-sobrinho-de-dilma

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Brasil247: Preço da cesta básica caiu em 24 das 27 capitais brasileiras em novembro

 

Levantamento da Conab e do Dieese mostra recuos expressivos em alimentos essenciais e reforça impacto das políticas públicas

Grãos de arroz (Foto: Marcello Casal Jr/Ag. Brasil )
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247 - A redução no preço de itens essenciais voltou a ganhar força em novembro, com queda no valor da cesta básica em 24 das 27 capitais brasileiras. Os dados foram divulgados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A retração foi impulsionada por produtos como arroz, tomate, açúcar, leite integral e café em pó, ampliando o alívio no bolso do consumidor. A pesquisa reforça, de acordo com a fonte, os efeitos positivos das políticas de abastecimento e da safra recorde do país.

As maiores deflações ocorreram em Macapá (-5,28%), Porto Alegre (-4,10%), Maceió (-3,51%), Natal (-3,40%) e Palmas (-3,28%). Apenas três capitais registraram leves aumentos: Rio Branco (0,77%), Campo Grande (0,29%) e Belém (0,28%).

O presidente da Conab, Edegar Pretto, celebrou o resultado e destacou o impacto direto no cotidiano dos brasileiros. “A notícia é maravilhosa, é mais economia no bolso do povo brasileiro. Aí está o efeito das políticas públicas: O Brasil está colhendo este ano a maior safra agrícola da nossa história, com o consumidor indo ao supermercado com um produto mais barato e de excelente qualidade”, afirmou.

Diferenças regionais e valores médios

Em novembro, os menores custos da cesta básica foram registrados em Aracaju (R$ 538,10), Maceió (R$ 571,47), Natal (R$ 591,38), João Pessoa (R$ 597,66) e Salvador (R$ 598,19). Já os preços mais elevados apareceram em São Paulo (R$ 842,26), Florianópolis (R$ 800,68), Cuiabá (R$ 789,98), Porto Alegre (R$ 789,77) e Rio de Janeiro (R$ 783,96).

O estudo lembra que as regiões Norte e Nordeste possuem composições distintas de cesta básica, o que contribui para diferenças estruturais nos valores.

Arroz e tomate lideram reduções

Entre os alimentos com maiores quedas, o arroz agulhinha continuou como destaque, recuando em todas as capitais monitoradas. As variações foram de -10,27% em Brasília a -0,34% em Palmas.

O tomate, por sua vez, teve queda em 26 capitais, reflexo da fase de maturação das lavouras e do aumento da oferta. As reduções oscilaram entre -27,39% em Porto Alegre e -3,21% em Boa Vista.

Açúcar e leite também ficam mais baratos

O açúcar registrou diminuição em 24 capitais, influenciado pela queda nas cotações internacionais e pela maior oferta durante a safra. Os recuos mais significativos ocorreram em Boa Vista (-6,22%) e Aracaju (-6,09%).

O leite integral acompanhou o movimento, também com reduções em 24 capitais — variando de -7,27% em Porto Alegre a -0,28% em Rio Branco. Segundo a pesquisa, o excedente de produção e a entrada de derivados importados pressionaram os preços para baixo.

Café em pó registra baixas consistentes

Outro produto que ajudou na queda geral da cesta básica foi o café em pó, que teve retração em 20 cidades. As maiores quedas foram verificadas em São Luís (-5,09%), Campo Grande (-3,39%) e Belo Horizonte (-3,12%). A boa produtividade das lavouras e o ritmo lento nas negociações tarifárias americanas contribuíram para esse cenário.

Parceria amplia cobertura da pesquisa

A Conab e o Dieese ampliaram a coleta de preços da cesta básica de 17 para 27 capitais, fortalecendo a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e a Política Nacional de Abastecimento Alimentar. Os resultados dessa expansão começaram a ser divulgados em agosto de 2025.

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Fonte: https://www.brasil247.com/economia/preco-da-cesta-basica-caiu-em-24-das-27-capitais-brasileiras-em-novembro

Brasil247: Haddad entrega dossiê da Refit aos EUA após contato entre Lula e Trump

 

Documentos revelam uso do estado de Delaware em esquema de fraudes bilionárias investigado pela Receita e discutido por Lula e Donald Trump

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Brasília - 03/06/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, repassou ao encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, o dossiê produzido pela Operação Poço de Lobato, que investiga fraudes tributárias atribuídas ao grupo Refit, controlador da Refinaria de Manguinhos no Rio de Janeiro. As informações são do jornal O Globo.

O material entregue aos EUA detalha suspeitas de sonegação fiscal e lavagem de dinheiro envolvendo offshores sediadas em Delaware, estado norte-americano conhecido por regras societárias que favorecem o sigilo. A Receita Federal afirma que cerca de R$ 72 bilhões teriam sido movimentados em um ano para mascarar lucros e ocultar a origem dos recursos. 

Pressão crescente após operação conjunta

A Operação Poço de Lobato foi realizada na semana passada pela Receita Federal em articulação com o Ministério Público de seis estados. As autoridades apontam que o grupo teria criado estruturas em Delaware para registrar empresas usadas como fachada, permitindo o retorno de recursos ao Brasil como supostos investimentos estrangeiros.

No mesmo dia da operação, Haddad antecipou que o caso seria levado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para alinhamento com autoridades estrangeiras. A partir dessas informações, Lula decidiu acionar o atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para reforçar a cooperação bilateral no enfrentamento ao crime financeiro.

Falas de Haddad impulsionam ação diplomática

Ao comentar o caso, Haddad destacou a necessidade de aprofundar o diálogo com o governo dos EUA. “Queremos pautar com os Estados Unidos conversas sobre crime organizado. Estão abrindo empresas em Delaware. Fazem um empréstimo para fundos, que, pela suspeita da Receita, jamais serão pagos e esse dinheiro volta em forma de aplicação no Brasil, como se fosse um investimento estrangeiro direto”, afirmou o ministro.

Após essa declaração, Lula solicitou ao Ministério da Fazenda e à Receita Federal uma exposição detalhada das fraudes identificadas. O secretário da Receita, Robinson Barreirinhas, apresentou o esquema em reunião no Palácio do Planalto. O presidente, então, determinou que o conteúdo fosse traduzido para o inglês para subsidiar a conversa com Donald Trump.

Conversa entre Lula e Trump reforça cooperação

Em nota divulgada após o telefonema, o governo brasileiro informou que Lula ressaltou a urgência de ampliar a colaboração com os Estados Unidos no combate ao crime organizado internacional. O comunicado afirma que o presidente destacou operações recentes que identificaram ramificações de organizações criminosas atuando a partir do exterior.

Ainda de acordo com a nota, Donald Trump manifestou total disposição para cooperar com o Brasil e apoiar iniciativas conjuntas voltadas a desarticular esquemas transnacionais de lavagem de dinheiro.

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Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/haddad-entrega-dossie-da-refit-aos-eua-apos-contato-entre-lula-e-trump

Brasil247: Lula diz que pediu a Trump a prisão do dono da Refit

 

"Um dos grandes chefes do crime organizado brasileiro, o maior devedor deste país, importador de combustível, mora em Miami", destacou o presidente

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Reuters - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira que disse ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, caso os EUA queiram ajudar no combate ao crime organizado no Brasil, podem prender um empresário que mora em Miami apontado como o maior devedor do país, e que Lula classificou como "um dos grandes chefes do crime organizado brasileiro".

Em discurso durante evento do governo no Palácio do Planalto, Lula disse que se colocou à disposição de Trump para colaborar no combate ao crime organizado, e classificou a segurança pública como o problema mais grave do Brasil atualmente.

"Liguei para o presidente Trump e disse a ele que se ele quiser enfrentar o crime organizado, nós estamos à disposição, e mandei para ele no mesmo dia a proposta do que nós queremos fazer", disse Lula.

"Disse para ele, inclusive, que um dos grandes chefes do crime organizado brasileiro, que é o maior devedor deste país, que é importador de combustível, mora em Miami. Então, se quiser ajudar, vamos ajudar prendendo logo esse aí", acrescentou Lula. Embora não tenha citado o alvo, Lula se referia ao empresário Ricardo Magro, dono da Refit.

O combate ao crime organizado foi levantado em telefonema recente entre Lula e Trump na esteira de uma operação deflagrada pelas autoridades brasileiras contra a refinaria privada Refit, em que a Receita Federal apontou operações irregulares com empresas constituídas no Estado norte-americano de Delaware, que permite a criação de empresas com anonimato e sem tributação local, desde que não gerem renda em território norte-americano.

Segundo a Receita, essas entidades são comumente associadas à lavagem de dinheiro ou blindagem patrimonial.

Na época da operação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que ele e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, haviam sugerido a Lula que buscasse cooperação com autoridades dos EUA para combater a lavagem de dinheiro.

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Fonte: https://www.brasil247.com/brasil/lula-diz-que-pediu-a-trump-a-prisao-do-dono-da-refit